sexta-feira, 12 de novembro de 2010

OS DILEMAS DE JOSNELSON - PARTE 5

Mais do mesmo

Chegando a nova escola, tentei ser o menos brilhante possível para não chamar muito a atenção. Acontece que esse tipo de coisa não dá para dominar e quando tem que ser a coisa acontece mesmo. Tudo começava sempre pelo fato de nunca escrever nada e ir super bem nas provas. Isso incomodava os professores porque eu ficava ocioso em sala de aula e fazia muita “arte”. A partir daí o bicho pegava e como diria Galvão Bueno, “Haja coração!”. Mais desprezo, mais olhares estranhos e mais tristeza no coração do piá. Passei de ano e troquei mais uma vez de escola, sendo que todas elas eram particulares. No primeiro dia de aula na quarta série, na hora da chamada, a professora Mariléia de matemática, ao ler meu nome, me olhou e disse:
- Eu já ouvi falar de ti. Na minha aula tu vai fazer as coisas como tem que ser feitas e sem bagunça. Trata de te ocupar e copiar tudo.
Foi um ultimato de cara sem chance para resposta. Me senti acuado pela própria professora. Mas no decorrer do ano percebi que isso poderia ser benéfico e adotei uma nova estratégia, a de fazer (ou tentar fazer) como ela queria e aos poucos fui perdendo um pouco da minha sagacidade, sem perceber. Os colegas me tratavam normalmente e para mim estava tudo muito certo. Apenas no final do ano que fui ver o resultado da minha estratégia, fiquei em recuperação pela primeira vez na vida adivinha em que matéria? Matemática. Passei de ano no sufoco, mas estava feliz porque dessa vez tinha amigos. Preferi amar e ser amado e preteri algo mais narcisista, como ser o melhor da turma, por exemplo.


            Pelo visto as coisas estão começando a dar certo para Josnelson.
            O que será que vem por aí?!
            Vooolllltaremos!

            Por João Gonçalves Neto

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