sábado, 13 de novembro de 2010

MAMÃE É DOWN

Há muito tempo atras estava lendo a revista época e me deparei com uma reportagem muito bacana, uma menina com Síndrome de Down e um rapaz com Defiência Intelectual, descobrem que vão ser papais...lembro que quando li esta matéria fiquei impressiona e me chamou muito a atenção a história deles.
Consegui localizar a reportagem na revista e fiquei muito feliz em poder postar ela aqui no blog e mostrar para todos que sim é possível ter uma vida normal apesar das deficiências e dos olhares de exclusão da sociedade.
Amo ver pessoas assim na rua levando uma vida normal, pois eles são normais. Será muito gratificante pensar que um dia poderei trabalhar com essas pessoas ESPECIAIS.



Fonte Revista Época (05-09-2008)

Tio, a barriga da Gabriela está dando socos. ”Foi assim, no meio de um bate-papo inocente, que o estudante Fábio Marchete de Moraes, de 28 anos, deixou escapar que ele e a mulher brincavam de “examinar” o ventre dela. Fábio não imaginava que as pancadinhas partiam de uma criança em gestação. Maria Gabriela Andrade Demate, a dona da barriga, também de 28 anos, não fazia idéia de que estava grávida. Embora estivessem juntos havia três anos, dividindo o mesmo teto e a mesma cama, Fábio e Gabriela acreditavam que o sexo entre eles fosse proibido. Seus pais nunca tinham dito, de maneira explícita, que permitiam esse tipo de intimidade. Gabriela tem síndrome de Down. Fábio é deficiente intelectual.
Foi por desconfiar do abdome saliente de Gabriela que o amigo de Fábio procurou a mãe da jovem. “Os dois vêm a minha choperia quase todos os dias e me chamam de tio”, diz Vlademir Cypriano. “Eles me contam coisas que não falam para mais ninguém.” Um teste de farmácia, comprado às pressas, não foi suficiente para eliminar a suspeita. “Mesmo vendo as duas listrinhas do exame, não acreditava que a minha filha estivesse grávida”, afirma Laurinda Ferreira de Andrade. “Levei Gabriela a três ginecologistas e nenhum deu certeza de que ela pudesse ter um bebê. Percebi que estava ficando mais gordinha. Mas achei que fosse por comer demais”. A gestação avançada, descoberta aos seis meses, gerou pânico e encheu a família de dúvidas. Até o nascimento prematuro de Valentina, transcorreram cerca de 60 dias. “Foram os mais longos da minha vida”, diz Laurinda. “Minha filha não tinha feito o pré-natal desde o início, como é recomendado. Por causa da síndrome de Down, ela poderia ter problemas cardíacos. A gravidez era de risco”.
Apesar de o processo de inclusão dos deficientes na sociedade estar distante da perfeição, Gabriela representa uma geração que tem desbravado caminhos. Quando ela nasceu, em 1980, não era comum avistar crianças Downs nos arredores de Socorro – município paulista de 33 mil habitantes fincado na divisa com Minas Gerais, onde Gabriela cresceu – nem pelas ruas de grande parte das cidades brasileiras. “Na hora do parto, perguntei ao médico: ‘Doutor, a minha filha é perfeita?’”, diz Laurinda. “Ele me respondeu: ‘O que é ser perfeita? É ter braços? Pernas? Então ela é perfeita’”.
Embora desconfiassem do diagnóstico, nenhum profissional do hospital revelou à família a deficiência de Gabriela. Afirmaram apenas que ela tinha algum “problema genético”. Ao deixar a maternidade, Laurinda procurou ajuda. “Foi um choque descobrir que a minha filha era Down. O médico me contou da pior forma possível. Disse que ela ia ter um monte de doenças, ter problemas cardíacos e ia morrer. Até que uma amiga me alertou que eu teria de escolher entre fechá-la dentro de casa ou abri-la para o mundo. Vesti a Gabriela com a melhor roupa e saí.”
A desinformação – que em parte se deve aos próprios profissionais de saúde – perpetua um mito que a ciência já derrubou. É raro, mas mulheres Downs podem engravidar. “No mundo todo, há apenas cerca de 30 casos documentados de mulheres Downs que tiveram filhos”, diz Siegfried M. Pueschel, geneticista do Rhode Island Hospital, nos Estados Unidos, um dos maiores estudiosos da síndrome.
Os homens são quase sempre estéreis. Na literatura médica, há só três casos descritos de pais Downs. Com as mulheres é diferente. “Um terço delas é fértil. Um terço ovula irregularmente. E um terço não ovula”, afirma o geneticista Juan Llerena Junior, do Instituto Fernandes Figueira, uma unidade da Fiocruz. “Hoje, os jovens que têm a síndrome estão mais expostos à vida social e ao sexo. Muitos deles trabalham, têm amigos, saem para se divertir. Antes não era assim. Eles ficavam mais reclusos”, diz Pueschel.
A postura positiva de Laurinda, mãe de Gabriela, foi determinante no desenvolvimento da filha. Gabriela deu os primeiros passos sozinha aos 2 anos e 8 meses. Na infância, tinha medo de água e de andar de bicicleta. Afogava-se na piscina, mas pulava de novo até aprender a nadar. Ao andar de bicicleta, caía. Ralava as pernas. Subia de volta e pedalava. Apesar dos hematomas que ganhava nas aulas de judô, lutou para chegar à quarta faixa. Gabriela resistiu aos golpes – e revidou –, a ponto de pendurar uma medalha no peito. Dançou balé. Foi rainha de bateria de escola de samba e tocou tamborim numa ala dominada por homens. Gabriela fica indignada por não dirigir. “Se todo mundo pode, por que eu não posso?”, diz. Em Socorro, cidade do interior paulista onde vive, ela é mais popular que o prefeito. Todo mundo conhece um pouco de sua história.


Por Priscila Gonzales


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10 comentários:

arvoresdeportoalegre disse...

mto bom o blog e os seus texto... só através do conhecimento e repartindo saberes é que a discriminação dimnuirá. com a inclusão social ganhamos tds, vivendo com mais respeito e dignidade. parabéns!!! abrç do ed!

Nilton Roberto disse...

Alerta para pais que tenham filhos nas mesmas condições, para que não fiquem sem acompanhamento adequado.

Fernanda disse...

Parabens meninas...o blog esta otimo e com isso tem alertado e trazendo conhecimentos para muitas pessoas que passam por esses assuntos despercebidos...adorei...bjus

Sergio disse...

Vcs não sabem o quanto é dificil eu fazer um comentário, mas pelo trabalho de vcs e pela sandrinha e como um bom ogro lá vai.
Faço as palavras do Nilton as minhas...
Não podemos ficar parados se não o bicho pega!
Bju do Ogro

Priscila Gonzales disse...

Olá amigos...muito obrigada pelos seus comentários, eles são muito imporantes.
Também acho que essas estrelas precisam de acompanhamento sempre, mas também acho que devem ter a possibilidade de ter uma vida normal, na medida do possível claro.
Imagino que para um pai seja muito difícil passar por todo o desenvolvimento de uma criança com Down...mas acredito que vocês devem ter aprendido muito com eles e que eles sejam muito importantes para vocês.
Abraços,

Priscila.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Nossa!!!!!! demais esse bolg!!!!!!!
é um assunto polêmico, que foi muito bem trabalhado através desses textos! todos nós, quanto mais informações tivermos, mais casos de inclusão forem divulgados, vai ajudar tando os que se sentem excluidos, que a partir de exemplos, poderão ter sua auto- estima elevada, e perceber que eles podem vencer qualquer obstáculo. Quanto as pessoas que excluem, vão perceber que todos nós somos iguaiS.

Unknown disse...

Pessoas com Síndrome de Down, na verdade anjos travestidos de pessoas. Quem tem, ou teve contato com eles, sabe que é uma dádiva ser um "Incluido" por eles, pois sem dúvida conseguem dar mais amor, do que nós podemos imaginar em retribuir.

Jéssica João Luciana Priscila e Thayane disse...

Pessoal muito obrigada pelos comentários, faço as nossas palavras as do Rogério, são realmente anjos...e só quem tem a oportunidade sabe como eles são maravilhosos.
Abraços,
Priscila.

Vanessa M disse...

Ótimo post grupo! Temos que conseguir ver a diiferença como algo que nos ajuda a recriar o mundo!