segunda-feira, 15 de novembro de 2010

ANOREXIA NERVOSA

A anorexia nervosa é uma CONSEQUÊNCIA da EXCLUSÃO SOCIAL.
Muitas vezes discriminamos as pessoas pela sua aparência física, mas não nos percebemos que estamos  contribuindo para que elas se isolem, e entre num mundo em que o espelho mostra sempre aquilo que não queremos ver.


Anorexia Nervosa é um disturbio alimentar caracterizado por uma rígida e insuficiente dieta alimentar e stress físico.
  • DEPOIMENTO DE UMA ANORÉXICA:
" Com 12 anos, 1.60 de altura e 49 kg achava-me gorda e tinha vergonha da minha barriga. Achava bonito modelos magras tipo Shirley Mallmann. Comecei a fazer uma dieta "básica" exercício. Com 13 anos pesava 36 kg e ainda me achava gorda. Fazia de 1 a 2 horas de exercício 6x por semana. Então comecei a vomitar de vez enquando. Sem perceber tinha me afastado de todos meos amigos, chorava muito e tinha vontade de morrer. Sentia-me tonta e a minha mãe resolveu levar-me ao médico. Ele receitou que 3x por semana fosse ao hospital tomar soro. A minha mãe acatou, mas eu reagi e disse que estava me sentindo bem e que amanhã comeria direito. Então levavam-me, à força, para fazer soro 1x por semana. Com isso comia menos ainda porque pensava que o soro engordava. Com 32 kg, minha mãe estava desesperada descobriu que estava a vomitar. Foi quando descobrimos a Dra. X. Aceitei ir porque pensei que iria ser como os outros médicos; eu dizia que não iria comer e não comia. com 30 kg e muito desnutrida ela queria me internar porque estava com anorexia nervoa. Na primeira semana não cumpri nada. Quando voltei eu e meus pais levamos uma bronca. Aí os meus pais começaram a ficar em cima mesmo. Mas ainda assim enganava-os e escondia comida nos bolsos e vomitava depois. Proibida de fazer exercícios acordava de madrugada para me exercitar. Logo minha mãe descobriu. A Dra. X. deu-me uma semana para aumentar de 500g a 1 kg se nao iria internar-me. Eu achava que os meus pais nunca iria permitir. Na outra semana, quando fui à consulta havia perdido 200g, então ela falou com meos pais e se eu não fosse internada ela negar-se-ia a tratar-me; acabei por ser internada. No dia 23 de dezembro de 1997 com 30 kg e 13 anos fui internada no hospital, foi quando começou o período mais difícil do tratamento, comecei a dizer que iria fazer greve de fome, a Dra. deu-me 4 dias para aumentar 400g e trouxe a sonda ao meu quarto para me mostrar o que me iria acontecer se eu não começasse a comer, vi que não tinha outra opção e comecei a comer. Mesmo internada eu continuava a por a comida dentro dos bolsos e a vomitá-la em vasos, a minha casa de banho ficava fechada 24 horas por dia e quando precisava ocupá-la uma enfermeira acompanhava-me. Restrita de visitas de familiares e amigos eu chorava muito, foram 3 meses e meio de sofrimento. Voltei para casa na páscoa para fazer um teste de como eu me comportaria. Como me comportei e comia direitinho não voltei mais pro hospital. A Dra. liberou os exercícios, comecei a nadar duas vezes por semana. Quando voltei para casa não saía de casa porque me achava gorda e nao queria que ninguém me visse assim. Com 46 kg achava-me gorda e tive uma pequena recaída. Fui forçada a recuperar ou voltaria para o hospital, novamente não tive saída e voltei aos 50 kg com muito esforço. Chegou o verão e eu só ia pra piscina de fato de banho pois tinha vergonha da minha barriga. Aos poucos, com os exercicios, a minha barriga foi se definindo e a minha auto estima subindo. Hoje vou ao ginásio 2 vezes por semana e de dois em dois meses vou fazer revisão na Dra, ainda faço terapia com minha psiquiatra 2 vezes por mês. Estou com 1,65 de altura e 51 kg. Ainda tenho um pouco de medo de comer mas, também tenho medo de racaídas. Hoje tenho consciência de que se não me tivessem internado o tratamento, em casa, jamais daria certo."

Por Jéssica Credidio



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5 comentários:

Thais disse...

Realmente os modelos que temos de "corpo ideal" (que a mídia e a cultura nós dá) dificilmente vem sem nenhum esforço... E existem meninas que vão muito longe em busca disso...

Suelen disse...

Legal falar sobre anoréxia, é um assunto diferente e que não muito falado atualmente, gostei, parabéns. #)

Unknown disse...

Este é um problema de saúde ppublica mundial, assim como a obesidade.Há muitos hospitais e clinicas (tanto publicas como particulares) que oferecem tratamento, mas falta divulgação. Vou compartilhar o link. Sempre é bom saber que não estamos sozinhos no caminho.
Abração!

Vanessa M disse...

É importante prestarmos atenção nesta situação de saúde pública (anorexia), mas também devemos lembrar que não são apenas as anoréxicas que sofrem em função da aparência. Atualmente homens e mulheres esperam alcançar um corpo ideal (como diz a thaís) que na maioria das vezes foge ao possível. As construções sociais hegemônicas sobre a aparência física atual de forma muito cruel na vida dos sujeitos

Joanna Avila disse...

Realmente é importante prestar atenção na anorexia, pois é uma doença que acontece com uma frequencia muito maior que antigamente. Mas antes de tudo precisamos fazer a nossa parte e não julgar as pessoas pelas aparencias. Vamos ajudar com nossa contribuição. Parabéns Jéssica!